A Corticeira Amorim apresentou resultados semestrais sólidos, em linha com as nossas estimativas, e anunciou uma aquisição, que contudo não deve ter um grande impacto imediato nos resultados.
As vendas aumentaram 6,2% face ao 1.º Semestre de 2016, tendo sido mais uma vez a unidade de Rolhas o principal motor de crescimento (+8,6%, representando 68% das vendas totais do grupo).
A rentabilidade operacional mantém-se elevada (margem EBITDA de 20%) e os custos financeiros negligenciáveis.
Já depois do fecho do semestre, a Corticeira Amorim anunciou a aquisição da Bourrassé (irá pagar 29 milhões de euros por 60% da empresa, com o restante a ser adquirido até 2022), fabricante francesa de rolhas.
Com a informação disponível, consideramos a aquisição positiva num contexto de reforço da liderança da Corticeira no mercado de rolhas mundial. Além das sinergias potenciais, o prestígio da marca francesa e a sua presença nesse mercado poderão permitir melhorar o mix de vendas, com mais rolhas premium.
No entanto, as vendas da Bourrassé representam apenas 8% das vendas estimadas da Corticeira para 2017, pelo que no imediato o impacto sobre o lucro deve ser reduzido.
Tendo em conta a depreciação do dólar (22% das vendas são nesta divisa) e um nível fiscal mais elevado que o antecipado, a nossa estimativa de lucro por ação fica inalterada: 0,57 euros. Para 2018, revisão em alta ligeira para 0,59 euros (antes, 0,58).
Cotação à data da análise: 11,23 Euros