Solidez, boa gestão e bons cash-flows. São os argumentos da Rio Tinto para lidar com a queda do preço do minério de ferro. Apesar da subida recente, a ação ainda tem potencial.
A venda de uma grande parte das atividades de extração de carvão da Rio Tinto ganhou um interesse inesperado. No início do ano, foi assinado um pré-acordo de venda com os chineses da Yancoal por 2,45 mil milhões de dólares, um bom preço. Agora foi a vez da suíça Glencore abrir as hostilidades propondo 2,55 mil milhões de dólares. A Rio Tinto vai pronunciar-se em breve sobre esta contra-oferta. Em todo o caso, é uma boa notícia para a Rio Tinto e os seus acionistas, pois uma licitação disputada permitirá obter um melhor preço pelos ativos.
O produto da venda permitirá reforçar a já forte solidez financeira do grupo: será capaz de reembolsar a sua dívida com menos de um ano de cash-flow, enquanto os seus principais concorrentes precisariam de dois anos. Vai também ajudar a suportar a queda nos preços do minério de ferro (-40% nos últimos 6 meses), que se poderão manter baixos: os stocks na China são elevados e a incerteza quanto à evolução da procura deverão manter os preços sob preço. Contudo, a Rio Tinto conseguiu reduzir os custos de extração, o que permitirá defender a sua capacidade de gerar liquidez a partir das suas operações. Foram estas vantagens que permitiram a recuperação da cotação nos meses mais recentes.