A resposta é não. Pelo menos, por agora.
No caso da IBM, apesar de ter dito que tinha reavaliado em baixa as suas perspetivas para o grupo, Warren Buffett não perdeu a confiança nestas ações. De facto, ele conserva dois terços da sua parte nesta empresa, com um valor de pouco menos de nove mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros). Este valor representa a sexta posição mais importante da holding Berkshire Hathaway (BH), que Buffett lidera desde 1965.
Mantemos o conselho de compra e pode reforçar a posição na IBM, mas não lhe dedique uma parte muito importante do seu portefólio (5% no máximo). É verdade que os resultados recentes foram dececionantes e que a transformação estratégica do grupo foi mais complicada do que o esperado. Mas a penalização em bolsa pareceu-nos exagerada.
No caso da Apple, ao triplicar o seu investimento no grupo, a BH passou a deter uma posição avaliada em cerca de 20 mil milhões de dólares (mais de 18 mil milhões de euros), o que a torna a terceira mais importante da holding. Com um crescimento de mais de 60% no último ano, a cotação já não apresenta um potencial suficiente para uma compra. Feito o balanço entre a qualidade dos resultados e as perspetivas, aconselhamo-lo a conservar zelosamente os seus títulos.
Quanto a um investimento na BH, não parece interessante na situação atual. Devido à sua dimensão (mais de 400 mil milhões de dólares, acima dos 360 mil milhões de euros), a BH tem tido dificuldade em realizar investimentos baratos e suficientemente significativos para criar valor à escala do grupo. Não compre.
Uma carreira de sucesso
Warren Buffett, conhecido como o oráculo de Omaha (onde nasceu), é um dos investidores mais influentes do mundo. Desde 1965 está à frente da holding financeira americana Berkshire Hathaway (BH), que regista, desde a sua criação, performances bolsistas espetaculares, com um rendimento anual médio de 20,8%.
Construiu a sua fortuna com uma estratégia de investimento quase infalível: a receita consiste no interesse por ações de empresas sólidas, bem consolidadas nos seus setores e na escolha do momento ideal para as comprar (dificuldades temporárias, correções na bolsa, etc.), evitando riscos excessivos. Foi assim que conseguiu evitar, cautelosamente, os valores tecnológicos até 2011 e adquirir a sua participação na IBM e, mais tarde, na Apple.
Mas, se estas performances são um ponto a seu favor, Buffett não é infalível. Seguir cegamente as suas opções de investimento não é uma garantia de sucesso. Basta ver que os desempenhos recentes da BH não foram além, entre 2011 e 2016, de um ganho anual médio de 11,5%, ou seja, menos 3.2% em relação ao índice S&P 500.