O lucro foi ligeiramente superior ao esperado, mas a melhoria na rentabilidade operacional pode não ser sustentável. Não obstante, a Sonae Indústria está próxima de barata.
As receitas cresceram 3,6% face ao 1º trimestre de 2016. O EBITDA teve um aumento notável de 33%, acima do que esperávamos esperado, o que resultou numa margem EBITDA de 16,3% no trimestre.
Contudo, este valor poderá não ser sustentável, dado que beneficiou de vários efeitos não recorrentes (variações cambiais favoráveis, reduções de custos). Do ponto de vista financeiro, há estabilidade mas em valores ainda pouco confortáveis. O endividamento (que teve um aumento ligeiro, explicado na maior parte por fatores sazonais) continua elevado, e em 2016 o resultado operacional não chegou a 1,5 vezes os encargos com juros, valor que é normalmente considerado o mínimo aceitável.
Em contrapartida, os resultados da participação na Sonae Arauco foram superiores ao esperado. As nossas estimativas permanecem inalteradas: 0,002 euros de lucro por ação em 2017 e 2018. A empresa vai reduzir o seu capital social, para cobrir prejuízos, e vai ainda proceder ao reagrupamento das suas ações: cada 250 ações atuais vão dar origem a 1 nova ação, que terá um valor proporcionalmente mais elevado. Esta operação, com data de produção de efeitos prevista a 28 de julho, é neutra para o investidor. Está próxima de barata, mas não compre ainda.