Como era esperado, a venda de 2% do Banco de Fomento Angola (BFA) levou à contabilização de perdas cambiais que penalizaram bastante os resultados do primeiro trimestre.
Nos primeiros três meses do ano, o BPI registou prejuízos de 0,08 euros por ação, tendo sido penalizado pela contabilização de perdas cambiais relativas à sua participação no BFA.
Com efeito, o BPI vendeu, em janeiro, 2% do banco angolano, reduzindo a sua posição de 50,1% para 48,1%. Ainda assim, no primeiro trimestre, em termos comparáveis, o BPI registou uma boa evolução da sua atividade. A margem financeira progrediu 7,2% e as comissões líquidas aumentaram 3,4%, enquanto os custos operativos cresceram apenas 0,3%. Por outro lado, a boa evolução na recuperação de créditos e a diminuição dos créditos mal parados permitiu registar uma reversão de imparidades de crédito, o que deu um impulso positivo aos resultados do período.
Após a OPA ter concentrado cerca de 85% do capital do BPI nas mãos do maior acionista, o espanhol CaixaBank, o free-float e a liquidez do título em bolsa tornaram-se muito reduzidas, o que levou à sua exclusão do PSI-20, o principal índice bolsista nacional, e reduziu ainda mais a visibilidade e interesse do título. Contudo, aos níveis atuais, consideramos que a ação até está barata mas não o suficiente para uma compra. Todavia, se já detém o título, ainda pode mantê-lo.