Os resultados do grupo estão dependentes do comportamento das matérias-primas e a cotação é volátil, mas a empresa é sólida e a ação tem ainda alguma margem de progressão.
A cotação da ação encontra-se a cair há algumas semanas pressionada pelo recuo do preço do minério de ferro (60% da atividade do grupo, utilizado para a produção de aço) num momento em que a China relança a sua produção.
Mas a crer na direção da Rio Tinto, o preço do minério de ferro não deverá recuar muito mais. Contudo, permanecemos cautelosos: os stocks de minério na China são elevados e a procura de aço é incerta. Além disso, no mercado das matérias-primas, os desequilíbrios entre a oferta (produção) e a procura (consumo) podem surgir depressa e provocar acentuadas flutuações no preço.
Por prudência, reduzimos as previsões de lucro por ação para 2018 de 254 pence para 236 pence. A Rio Tinto encontra-se mais bem preparada do que no passado para gerir a situação. No final de 2016, registou 1,6 mil milhões de dólares de poupanças no conjunto dos 2 mil milhões pretendidos para 2016-2017. Este último montante será, estamos em crer, largamente ultrapassado.
A dívida do grupo está a diminuir e continuará nesse caminho com a venda em bolsa de uma grande parte dos ativos no setor do carvão. Estimamos que em 2017 e 2018 haja um nível suficiente de liquidez para remunerar o acionista, através do dividendo e da compra de ações próprias.