O Estado holandês já não é acionista da PostNL, mas as autoridades políticas foram responsáveis pelo fracasso da aproximação da empresa à congénere belga Bpost. Com o intuito de pretender oferecer uma maior concorrência entre os diferentes intervenientes no mercado postal, os Países Baixos não viram com bons olhos uma possível influência do Estado belga, o principal acionista da Bpost. Daí o desejo de manter a PostNL como independente e completar a sua transformação num fornecedor de serviços de logística.
Acionistas descontentes
A administração da PostNL está ciente de que manteve os acionistas afastados durante as negociações com a Bpost, pelo que está agora a fazer todos os esforços para convencê-los a manterem a confiança na empresa. Destaque para duas medidas da Administração:
– voltar a pagar dividendos, sendo que o último ocorreu em 2012;
– acelerar o plano de corte de custos e alcançar uma poupança adicional de 115 milhões de euros durante o período 2017-2020. Um esforço que visa permitir recuperar do atraso em termos de rentabilidade face aos seus rivais europeus.
Cotação a desconto
Apesar do declínio estrutural na atividade tradicional, a PostNL tem uma posição mais forte na área da logística do que a maioria dos seus concorrentes. A presença, nos Países Baixos, de lojas online como a Coolblue e Bol.com têm contribuído para esse sucesso.
Consideramos que esse trunfo não está a ser refletido adequadamente pelos investidores. Além disso, cotação atual (4,40 euros) não está a incorporar um elevado rendimento do dividendo. Esperamos para 2017 e 2018, dividendos por ação de 0,20 euros e 0,30 euros, respetivamente. Atualmente esses valores conferem ao título um rendimento bruto do dividendo de 6,8% (contra uma média de 3,7% no setor europeu).
Com a cotação a desconto em comparação a muitos dos seus concorrentes europeus, a ação da PostNL tem um potencial interessante de valorização.
Aconselhamos a compra numa ótica de longo prazo e no seio de uma carteira diversificada.
Outras operadoras
Na nossa seleção de ações encontra outras empresas cuja atividade se centra nos serviços postais e similares. É o caso da congénere belga Bpost e da germânica Deutsche Post. Se já detém estas ações, o conselho é que mantenha em carteira. Quanto aos CTT, consideramos que a empresa nacional continua a ter um potencial de valorização interessante e mantemos o conselho de compra. Aliás, os CTT estão incluídos na nossa carteira.
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