As perspetivas de um crescimento acelerado das receitas, em particular em África, estão a animar os investidores. Mas os resultados, sendo positivos, revelam dificuldades na execução.
Os dados preliminares do exercício de 2016 apresentados pela Mota-Engil foram positivos, como tivemos ocasião de comentar, com as receitas a caírem menos do esperávamos (-9% face a 2015) e a margem EBITDA a resistir bem e a manter-se em 15% (semelhante a 2015). África, onde o 4º trimestre foi muito bom (margem excecional de 29%) compensou o resultado fraco da América Latina, prejudicado pelo atraso nalguns grandes projetos.
A margem está em linha com o previsto no plano estratégico Stepup 2020, mas parece-nos menos provável que o objetivo de receita venha a ser atingido: o volume de negócios teria agora de crescer a um ritmo de 16% ao ano nos próximos 3 anos. Abaixo do nível do EBITDA, vários indicadores saíram pior que aquilo que antecipávamos: depreciações, amortizações e provisões acima do esperado, bem como os custos financeiros.
Neste contexto, mesmo incorporando um crescimento acelerado das receitas (sobretudo ganhos recentes de concursos em África), as expectativas quanto à rentabilidade não sofrem alterações drásticas: mantemos a previsão de um lucro por ação de 0,13 euros por ação em 2017 (numa base recorrente), que subirá para 0,15 euros por ação em 2018. Não está barata o suficiente para comprar.