A difícil conjuntura do setor de media continua a penalizar a Cofina, apesar do esforço de cortes de custos e de redução da dívida. Apesar da debilidade da cotação, não aconselhamos a compra.
A Cofina, que publica vários jornais e revistas em Portugal e detém a CMTV, obteve lucros de 0,042 euros por ação em 2016. Este valor é um pouco inferior às nossas estimativas de 0,047 euros e representa uma queda de 14,4% face ao ano anterior. Em causa está sobretudo a degradação de 38% dos resultados financeiros, devido às elevadas perdas registadas pelo Destak Brasil, que mais do que anularam os efeitos positivos da redução da dívida (-3,7%) e dos juros suportados (-16,3%).
A nível operacional, as notícias também não são boas, apesar do bom desempenho da CMTV. As receitas caíram 0,7% e foram ajudadas pelo aumento de 12,8% das vendas de produtos de marketing alternativo, que permitiu atenuar a queda quer das receitas de circulação (-3,2%), quer das publicitárias (-2,5%). Contudo, embora a Cofina continue a revelar uma boa adaptação da sua estrutura de custos, o lucro operacional recuou 7%.
Outra má notícia e que mostra as dificuldades do setor é a não distribuição de dividendos relativos a 2016. Além disso, a empresa vai aprofundar a sua política de redução de custos e apostar mais na televisão e no online, segmentos menos afetados pelo clima extremamente adverso do mercado. Baixámos a previsão de lucros por ação para 2017 e 2018 de 0,06 para 0,05 euros.