Os resultados de 2016 superaram as nossas estimativas. A cessão provável da filial britânica O2 nos próximos trimestres poderá, por fim, libertar o grupo do peso de uma dívida demasiado elevada.
Graças a um bom último trimestre, 2016 saldou-se por um aumento de 5% do lucro por ação, em termos comparáveis. A América latina (45% do volume de negócios) e o Brasil em particular recuperaram com a oferta combinada (telefone fixo, móvel, Internet e televisão), uma das forças da Telefónica e que tem o mesmo sucesso do que na Europa.
Para 2017, o grupo estima que o volume de negócios fique estável e um aumento em um ponto percentual na margem operacional. São perspetivas encorajadoras, mas sempre ensombradas pela problemática situação financeira: o endividamento supera 48 mil milhões de euros.
É certo que a venda anunciada, esta semana, de uma parte dos 40% da Telxius (infraestruturas de telecomunicações) reduzirá a dívida em 1,3 mil milhões de euros. Mas o regresso a um nível razoável passa pela cessão da filial britânica anunciada em 2016 e que poderá render, pelo menos, 14 mil milhões de euros. A venda em bolsa é uma porta de saída provável. A decisão recente de propor um menor dividendo (0,4 euros em 2017) é positiva porque dá margem de manobra na negociação desse ativo de qualidade.
Subimos as previsões de lucro por ação para 0,7 euros, em 2017, e para 0,74 euros, em 2018. Compre.