Os lucros de 2016 caíram em linha com o previsto. A má conjuntura do setor de media continua a penalizar a Impresa. Apesar do risco elevado, face à descida da cotação, o título está barato.
A Impresa, dona da SIC e de diversos jornais e revistas, sofreu uma queda de 31,5% dos lucros em 2016, para 0,016 euros por ação. Este valor está em linha com as previsões mas é inferior às estimativas do grupo.
Em causa está a quebra de 10,8% das receitas, sobretudo na subscrição de canais (-13,8%) devido à perda de subscritores em Angola e à renegociação de contratos. E, a recente suspensão de alguns canais da SIC pela ZAP (Angola e Moçambique) agravará ainda mais a situação. Além disso, as receitas publicitárias (-2,5%) e de circulação (-7,9%) também caíram. Assim, e apesar da redução dos custos em 8,6%, o lucro operacional diminuiu 35,7%.
A nível financeiro, o resultado melhorou 38,8% graças à redução das taxas de juro e das perdas cambiais mas a dívida líquida subiu um pouco, invertendo a tendência de queda dos últimos anos.
Num contexto em que as receitas estão sob pressão, a redução dos custos e da dívida e a aposta na expansão internacional e no digital são as prioridades do plano estratégico 2017-2019. A descida da cotação poderá ter aumentado o interesse pela empresa, mas parece-nos pouco provável uma compra da Impresa a curto prazo. Mantemos a previsão de lucros por ação de 0,03 euros em 2017 e 0,04 em 2018. Se aceitar o maior risco, pode comprar esta ação barata.