Como se esperava, os resultados de 2016 dos CTT foram fracos e as perspetivas são agora menos positivas. Mas, o alto rendimento do dividendo e a forte queda da cotação justificam o conselho.
A cotação dos CTT nunca esteve tão baixa desde a sua entrada em bolsa em dezembro de 2013. Na base desta queda está a degradação dos resultados e das perspetivas do grupo originada sobretudo pela descida do tráfego do correio.
De facto, em 2016, os lucros baixaram 13,7%, para 0,42 euros por ação, devido ao recuo de 5% do volume de negócios e à subida dos custos com o desenvolvimento do Banco CTT. Já o EBITDA caiu 24,2%. Ainda assim, o lucro desceu ligeiramente menos do que prevíamos graças à menor estimativa de impostos e à reversão de algumas provisões.
Para 2017, embora prevejam uma queda de 4 a 5% do tráfego de correio, os CTT esperam um ligeiro aumento das receitas e manter o EBITDA recorrente, graças ao crescimento do Banco CTT e da divisão de Expresso & Encomendas. Esta última será reforçada pela compra da Transporta e a melhoria dos resultados da Tourline em Espanha, que deverá obter lucro no final do ano.
O grupo confirmou o dividendo de 0,3456 euros líquidos por ação, o que equivale a um rendimento de 7,2%, o mais elevado da bolsa nacional e um dos maiores trunfos dos CTT. Baixámos as previsões de lucros por ação de 0,38 para 0,35 euros em 2017 e de 0,40 para 0,38 em 2018. Contudo, o título está barato e deverá regressar ao crescimento no futuro.