A Corticeira Amorim bateu recordes de vendas e apresentou um elevado crescimento dos lucros em 2016. Mas o dividendo proposto é conservador. Boa empresa, mas não está barata.
As vendas cresceram 6,1% face de 2015. A unidade Rolhas (2/3 do volume de negócios) continuou a ser a “locomotiva”, tendo crescido 7,6%. De referir também o regresso ao crescimento da unidade de Revestimentos (2ª maior em VN), após um 2015 negativo. Rentabilidade em nível elevado, crescendo em linha com as previsões (margem EBITDA de 19,1%, +2,6 pontos percentuais). Os custos financeiros são praticamente irrelevantes, com a dívida financeira a representar apenas 8,4% dos capitais próprios. 2016 fechou assim com um lucro por ação de 0,77 euros, ligeiramente acima dos 0,75 que esperávamos.
Contudo, a administração propôs um dividendo de 0,18 euros. É ligeiramente superior aos dividendos de anos anteriores (excluindo o extraordinário distribuído no final de 2015), mas face ao crescimento do resultado líquido, e mesmo excluindo os ganhos não -recorrentes, representa um payout inferior a 50% (o menor desde 2010). O negócio da Corticeira não é isento de riscos (algo cíclico, alavancagem operacional), mas não estando previsto investimentos elevados, e dada a força do balanço da empresa, a prudência parece-nos excessiva.
Mantemos a previsão de lucros por ação de 0,57 euros em 2017, e para 2018 esperamos 0,59.
Cotação à data da análise: 9,86 euros