O setor da Defesa está em máximos históricos. Empresas como a General Dynamics e Lockheed Martin beneficiaram do dinamismo das exportações, impulsionadas pela procura originária da Ásia e do Médio Oriente. Em 2015, 36% destas exportações saíam dos Estados Unidos, contra 28% em 2008.
E de facto parece provável que as cotações estejam a beneficiar das expectativas de aumento das despesas militares nos Estados Unidos, tendo em conta as declarações do seu novo presidente. As perspetivas para a indústria de armamento americano parecem, sem dúvida, mais positivas do que para a sua congénere europeia. Grupos como a BAE ou a Thales estão em pior situação, dada a redução da despesa pública e políticas externas mais heterogéneas.
Ainda assim, há diversos fatores a ter em conta. Desde logo, as declarações por vezes contraditórias da administração Trump. Depois, nem todas as empresas poderão beneficiar por igual. Em 2016, a aviação comercial teve um peso de 30% na General Dynamics e 73% na Boeing, mas representou apenas 1% das vendas da Lockheed Martin (cujos principais clientes são a Força Aérea e Marinha dos Estados Unidos). Assim, o impacto poderá ser muito diferente, dependendo do perfil da empresa.
Consideramos que as cotações já incorporaram estas expectativas. Por exemplo, o rácio cotação/lucro, desde os 18,69 da General Dynamics até aos 21,84 da Boeing, está em valores normalmente associados a valores caros (acima de 20). Não estamos perante uma oportunidade de compra, pelo que não recomendamos.