Apesar de o pior já ter passado, a Pearson alarmou uma vez mais os investidores em relação à evolução dos seus resultados. Ainda que a direção da empresa se mostre confiante para a tomada de novas medidas, elas não podem evitar a queda dos lucros. Alterámos o conselho: mantenha, não compre mais.
Contra todas as expectativas, o grupo britânico irá abandonar os seus objetivos de rentabilidade para 2017 e 2018. O que está em causa? A empresa foi confrontada no último trimestre de 2016 com uma quebra sem precedentes da sua atividade de edição para o ensino superior nos Estados Unidos. Para 2017 esperávamos uma recuperação das vendas, mas a direção já previu que a pressão sobre as receitas vai manter-se nos próximos meses e trimestres.
Na verdade, a empresa enfrentou mais dificuldades do que previu na adaptação ao digital. Pelo que a editora irá iniciar ações mais radicais para acelerar a sua passagem para o digital. Ao mesmo tempo, serão tomadas medidas para preservar a solidez do seu balanço. A empresa anunciou a intenção de vender a sua participação na editora de livros para o grande público, a Penguin Random House, um ativo considerado não estratégico. Uma parte do produto desta cessão será revertida para os acionistas. O dividendo normal, que se situa ainda em 52 pence por ação em 2016, será reduzido (na nossa opinião para 20 pence por ação) de forma a ter em conta a revisão dos objetivos.
Considerando a amplitude deste anúncio de resultados, reduzimos bastante as nossas previsões de lucro por ação para 25 pence em 2017 (contra 40 pence anteriormente) e 30 pence em 2018 (contra 55 pence). Assim, e apesar da forte queda da cotação, deixamos de recomendar a compra desta ação e agravamos o seu risco de 3 para 4.