Apesar do esforço de aumento da eficiência, no qual se enquadra a recente aquisição da Papyrus France, a Inapa está num setor de margens muito baixas e em bolsa a cotação vive num marasmo.
No final de dezembro, a Inapa anunciou a aquisição da Papyrus France ao grupo Papyrus, que é um dos seus principais concorrentes. Em troca, a Inapa vendeu à Papyrus a Inapa Suíça, pelo que a operação não envolve contrapartidas em dinheiro.
A transação é justificada pela Inapa como uma forma de aumentar a eficiência, uma vez que permitirá ao grupo aumentar em cerca de 10% o volume de negócios. Recorde-se que a distribuição de papel é um setor de margens muito baixas, onde o fator escala é muito importante. Em bolsa, a cotação não reagiu à notícia mas subiu um pouco nos últimos dias.
Cotada desde o início da década de 80 do século passado, a história bolsista da Inapa tem sido tortuosa. A cotação, embora com algumas oscilações, tem vindo a cair, sobretudo nos últimos anos e a liquidez do título é reduzida. Os resultados dos últimos anos têm oscilado entre prejuízos e lucros ligeiros e, apesar de ter reduzido a dívida, o seu endividamento ainda é demasiado elevado.
Por fim, as perspetivas para o setor não são as melhores, pois o papel tem sido progressivamente substituído por formatos digitais. Assim, e apesar de o conselho ainda ser de manter, tendo em conta a reduzida liquidez do título em bolsa, deixaremos de o acompanhar.