No passado domingo, dia 20 de novembro, o BCP informou ter realizado o aumento de capital privado com a emissão de ações reservadas à subscrição pela Fosun ao preço de 1,1089 euros por ação. Desta forma, a holding de origem chinesa ficou a deter 16,67% do capital social do BCP.
Contudo, como já tinha anunciado anteriormente, mantém o interesse em vir a reforçar futuramente a sua posição para entre 20 a 30% do BCP. Por isso, exigiu que o banco aumente a sua limitação dos direitos de voto que atualmente se situa em 20% para os 30% e já obteve o acordo dos principais acionistas do BCP para esta proposta que será votada na próxima Assembleia Geral de acionistas que foi adiada para o dia 19 de dezembro.
O preço de subscrição pela Fosun corresponde a um desconto de 11% face à cotação de sexta-feira e ficou um pouco abaixo do que esperávamos e muito aquém do limite máximo anunciado pela Fosun que era de 1,50 euros.
Ainda assim, consideramos que é uma operação positiva para o banco já que o encaixe obtido de 174,6 milhões de euros (ME) irá ajudar a pagar uma parte maior da dívida de 750 ME que o banco tem perante o Estado e cujos encargos são muito elevados, vencendo juros à taxa de 10%.
O BCP tem de pagar a totalidade deste empréstimo até junho de 2017 mas deverá antecipar o pagamento total em alguns meses. Considerando o novo número de títulos, ajustamos as estimativas e para este ano prevemos prejuízos de 0,23 euros por ação. Para 2017 estimamos lucros de 0,29 euros por ação, com o BCP a beneficiar de condições de conjuntura mais favoráveis e das melhorias de eficiência da atividade. Pode manter o título em carteira.