Apesar de o resultado ter saído um pouco abaixo do que prevíamos, o desempenho operacional foi bom. A atrativa política de dividendos e a boa qualidade dos seus ativos são trunfos do grupo. Ação barata.
A EDP obteve lucros de 0,17 euros por ação até setembro, menos 16,4% que em igual período de 2015. Mas esta descida deve-se aos elevados ganhos não recorrentes obtidos no ano anterior já que, sem esses elementos, o lucro até subiu 17%.
A nível operacional, o desempenho foi positivo, em linha com o previsto. O EBITDA desceu 3,3% mas sem fatores não recorrentes subiu 10%, graças às melhores condições climatéricas na Península Ibérica e Brasil e ao aumento da capacidade instalada. A nível financeiro, os resultados melhoraram 2%, um pouco aquém do que prevíamos, mas a dívida líquida caiu 8%.
Nos últimos dias, a cotação da EDP foi afetada pela expectativa de uma redução dos estímulos ao setor das energias renováveis em Portugal e nos EUA. No entanto, a qualidade e boa diversificação dos seus ativos, o alto rendimento do dividendo (5% líquidos) e a fraca exposição à flutuação do preço da energia no mercado são trunfo importantes.
Face aos resultados obtidos, parece-nos que a EDP deverá cumprir as metas de EBITDA e de redução da dívida fixadas para este ano, mas não acreditamos que atinja a meta de lucro líquido de 950 milhões de euros. Baixámos a nossa previsão de lucros por ação de 0,24 para 0,23 euros em 2016 e de 0,25 para 0,24 euros em 2017.