A ação foi objeto de tomada de mais-valias após o anúncio de previsões dececionantes para o atual trimestre. Uma fraqueza transitória e que deve ser relativizada.
O primeiro trimestre 2016/17 foi melhor do que o esperado. O lucro por ação subiu 3,4% quando se antecipava a sua estabilização. Mas as previsões anunciadas para o trimestre atual não foram boas e o grupo espera uma contração no lucro por ação até 3,5%.
Em causa, o enfraquecimento da procura por parte dos operadores de telecomunicações e de cabo, os principais clientes da Cisco e que irá resultar na diminuição de 2 a 4% do seu volume de negócios.
Neste contexto, a Cisco não vai conseguir apresentar, este ano, uma taxa de crescimento de 5% a 7% do lucro por ação, o objetivo de médio prazo. Mas este recente impasse no crescimento do grupo deve ser relativizado. Primeiro, a Cisco está a lidar melhor do que a maioria dos outros concorrentes ao abrandamento económico global. Segundo, a redução de custos permite manter uma rentabilidade confortável.
Note-se que os 60 mil milhões de dólares que repousam nas suas contas fora dos Estados Unidos podem ser mais bem utilizados pelo grupo (compra de ações próprias, dividendos, investimentos, etc.) se Trump reduzir o imposto sobre o dinheiro repatriado para os Estados Unidos. Revimos em baixa, as previsões de lucro por ação para 1,92 dólares para 2016/17 e 2,05 dólares para 2017/18.