Os resultados foram fracos e baixámos as previsões. Mas, face à queda da cotação e ao caráter cíclico do setor, a Impresa pode ser uma boa opção de investimento a longo prazo, apesar do risco alto.
A Impresa teve prejuízos de 0,003 euros por ação nos primeiros nove meses do ano, um valor pior do que as expectativas. Em causa estão alguns custos de restruturação mas sobretudo uma forte queda das receitas, que se acentuou ao longo do ano.
O volume de negócios caiu 8,9% até setembro, com as receitas de publicidade (que representam quase 55% do total) a descerem 3,1%, as de subscrição de canais a recuarem 14% e as de circulação a baixarem 7,6%.
Logo, apesar da redução de 6,1% dos custos operacionais, o lucro de exploração caiu 46%, com o segmento das publicações a ser o mais afetado. A nível financeiro, os resultados melhoraram 34,4%, graças à redução dos juros e das perdas cambiais, mas a dívida líquida subiu um pouco face ao período homólogo.
A Impresa apresentará um novo plano estratégico para 2017-19, que assentará necessariamente em reduções de custos e da dívida, apesar do maior problema do setor ser o crescimento das receitas.
Face aos resultados obtidos, o grupo já não estima uma melhoria dos lucros em 2016, prevendo um valor idêntico ao de 2015, o que, ainda assim, pressupõe um forte quarto trimestre. Estamos menos otimistas e prevemos lucros de 0,016 euros por ação em 2016, contra 0,024 em 2015. Para 2017, estimamos 0,03 euros (0,042 antes).