A aprovação em assembleia geral de acionistas (a realizar a 9 novembro) da alteração da limitação de votos de 20% para 30%, e do aumento do número de membros do conselho, é mais um passo decisivo para a entrada da Fosun no capital do BCP.
Foi convocada para dia 9 de novembro uma assembleia geral de acionistas que irá deliberar sobre a alteração da limitação de contagem de votos de 20% para 30%. Esta proposta visa, desde logo, cumprir um dos requisitos apresentados pela Fosun na sua proposta firme para investimento no capital do BCP. Por outro lado, impede que, à luz da atual legislação, aquelas limitações de voto caduquem automaticamente a 31 de dezembro. Relembramos que a Fosun fez uma proposta para comprar 16,7% do BCP através de um aumento de capital com emissão de novas ações reservadas, mas tendo em vista um eventual posterior aumento dessa participação para entre 20% e 30%.
Também cumprindo outro dos requisitos da proposta da Fosun, na mesma assembleia, os acionistas irão ainda deliberar sobre o alargamento do número de membros do conselho de administração para 25 membros, acomodando a condição da Fosun relativamente à cooptação de 2 membros do conselho de administração, podendo vir a cooptar até um total de 5 membros, no contexto e em proporção com o aumento da participação da Fosun no BCP.
Relembramos que, outra das condições da Fosun – o reagrupamento de ações - será finalizada já esta sexta-feira. No dia 21 será feita a divisão do número de títulos detidos por 75 para determinar o número inteiro de novas ações a atribuir. Em bolsa, o reagrupamento será processado no dia útil seguinte, dia 24 de outubro.
Estamos assim certos de que muito em breve assistiremos aos desenvolvimentos finais da entrada da Fosun na estrutura acionista do BCP. Tal como referido em análises anteriores, esta entrada via aumento de capital privado irá diluir as posições dos restantes acionistas mas permitirá ao banco obter um encaixe (máximo) de 236,7 milhões de euros (ME) que o pode ajudar a amortizar uma parte da dívida ao Estado, cujos encargos são elevadíssimos. Por fim, e caso conseguisse pagar a totalidade dos 750 ME da dívida ao Estado, o BCP poderia aventurar-se a permanecer na lista de possíveis candidatos à compra do Novo Banco, mas a curto prazo essa é uma possibilidade que consideramos improvável.
Pode manter.