Num contexto difícil, a Total consegue manter-se à tona. Mas a cotação está um pouco elevada para comprar. As dúvidas relativamente ao dividendo persistem e a ação está correta.
Os resultados do segundo trimestre publicados no final de julho, revelaram-se um pouco abaixo das nossas estimativas: registou-se um recuo de 30% relativamente ao ano passado. Se por um lado, a Total é afetada pela queda de 27% do preço do petróleo, por outro, beneficia da redução de custos e dos impostos.
A Total beneficia igualmente, e esta é a boa notícia, de um aumento de 5% na produção do petróleo, que interpretamos como sinal de um certo dinamismo da atividade. Tendo em conta o seu compromisso de não mexer no dividendo (conforme anunciaram ConocoPhilips e a Eni), a Total deve reforçar o seu plano de custos para gerar mais liquidez, o que poderá ser feito antes do final do ano.
No primeiro semestre, o grupo encontra-se acima dos seus objetivos de custos para 2016 (2,4 mil milhões de dólares). Estimamos um dividendo anual de 2,4 euros bruto por ação para 2016 e 2017 face a um lucro por ação líquido de 2,3 e 2,5 euros. O risco de o dividendo baixar existe se a queda do preço do petróleo se mantiver. O barril regressou recentemente aos 50 dólares com a esperança da limitação da produção por parte da OPEP. Neste contexto, o potencial de subida do preço do petróleo parece-nos a curto prazo limitado.