A queda dos lucros foi um pouco menor do que prevíamos e deveu-se a fatores não recorrentes. A relativa estabilidade do título e a distribuição de bons dividendos são os seus principais trunfos.
Os lucros do primeiro semestre da REN, que gere a rede de transporte e armazenamento de eletricidade e gás em Portugal, caíram 35% face ao período homólogo, para 0,08 euros por ação. No entanto, esta queda deve-se à mais-valia obtida no ano passado com a venda da posição na Enagás e a um crédito fiscal extraordinário registado em 2015.
Sem elementos não recorrentes (nos quais se inclui a contribuição extraordinária do setor energético), o lucro cresceu 4,5%, graças sobretudo à redução do custo médio da dívida de 4 para 3,5%, que permitiu melhorar em 5,5% os resultados financeiros. Ainda assim, a dívida líquida cresceu 1,3%.
A nível operacional, o grupo beneficiou da subida da base de ativos regulados, do ligeiro aumento das taxas de remuneração, quer na eletricidade, quer no gás natural, e ainda da redução dos custos operacionais. Logo, o EBITDA recorrente aumentou 2,6%.
Num período difícil da bolsa nacional, a REN beneficia do estatuto de título refúgio, graças ao caráter muito regulado da sua atividade e à distribuição de bons dividendos. Apesar da queda, o lucro semestral superou ligeiramente as nossas expectativas, pelo que subimos a estimativa de lucros por ação de 0,19 para 0,20 euros em 2016. Para 2017, mantemos a previsão de 0,20 euros.