Apesar da subida, os resultados da Impresa continuam a ser afetados pela má conjuntura do setor, com as receitas sob pressão. Em bolsa, o título recuperou nos últimos dias mas permanece barato.
A Impresa teve lucros de 0,01 euros por ação no primeiro semestre, um pouco abaixo do previsto. No entanto, o lucro subiu 82% face ao período homólogo graças à melhoria de 37% do resultado financeiro, que beneficiou da redução dos juros suportados e de menores perdas cambiais.
A nível operacional, as receitas continuam sob pressão, recuando 6,3%, penalizadas sobretudo pela descida das assinaturas de canais (-13,7%) e vendas de publicações (-7,5%). A nível publicitário, o crescimento na área da televisão, mais dinâmica, não compensou a queda na divisão das publicações, pelo que as receitas publicitárias globais do grupo caíram 0,7%. Assim, apesar do controlo dos custos, o lucro de exploração baixou 19,1%.
A fraca conjuntura económica nacional e a mudança estrutural do papel para o digital continuam a pressionar as receitas do grupo, sendo esse o seu principal problema. A intenção do Governo de alargar os canais da TDT também não é positiva pois obrigará a dividir o bolo publicitário por mais operadores. Ainda assim, o grupo estima uma melhoria dos lucros em 2016, e manter a redução da dívida.
Baixámos as estimativas de lucros por ação de 0,032 para 0,026 euros em 2016 e de 0,048 para 0,042 em 2017. A ação está barata e é boa opção a longo prazo, apesar do risco elevado.