A avultada multa de 14 mil milhões de dólares exigida pelos Estados Unidos ainda não terminou de desestabilizar a solidez do banco alemão.
O Deutsche Bank publicou no primeiro semestre de 2016 um relatório CoreTier1 (fundos próprios/ativos ponderados pelo risco) de 10,8% contra 12,2% em média para o setor. Apesar de ainda estar bem acima do mínimo que é exigido pela regulamentação bancária, este nível não deixa de ser bastante fraco e ainda poderá descer mais perante uma degradação dos resultados.
Numa tentativa de recuperação, o banco alemão iniciará provavelmente uma nova revisão das atividades para a venda de ativos. A venda da Abbey Life (seguradora no Reino Unido) foi anunciada esta quarta-feira, 28 de setembro. Ainda que possa representar algumas perdas, irá, por outro lado, melhorar a solidez (subida do CoreTier1 para 10,9%).
Nesta fase, um aumento de capital irá certamente avançar. Mas em que condições? Se o Deutsche Bank não conseguir tranquilizar os acionistas com um plano de recuperação credível, o próprio aumento de capital poderá ser colocado em causa.
Acreditamos que uma intervenção do Estado, que por enquanto tem sido negada pelas entidades alemãs, será possível após as eleições de setembro 2017 se o Deutsche Bank não conseguir devolver a calma aos acionistas. E as consequências tanto para estes como para os obrigacionistas deverão ser esclarecidas.