A Coca-Cola atravessa um momento difícil. O grupo testa a paciência dos seus acionistas, que continuam à espera de melhorias. Estamos moderadamente otimistas a médio prazo. Mantenha esta ação, que está correta.
Para a Coca-Cola, a publicação dos resultados do segundo trimestre não desvaneceu todas as dúvidas quanto a um possível regresso de um crescimento mais sustentado da sua atividade, na ordem dos 5%. Neste momento, o crescimento orgânico do volume de negócios situa-se nos 3%, conseguido exclusivamente à custa do aumento de preços.
No plano internacional, nomeadamente nos países emergentes como a China e a Argentina, a situação permanece difícil, contrariamente aos sinais mais encorajadores vindos da América do Norte (crescimento orgânico de 4%).
Em termos comparáveis, o lucro por ação cai 5% no segundo trimestre (como no conjunto do semestre). No entanto, acreditamos que não há motivos para alarme. A descida do lucro por ação deve-se a efeitos cambiais negativos.
No segmento dos refrigerantes, onde se regista uma descida estrutural, a Coca-Cola tem adaptado o seu marketing (em particular a embalagem) e tem conseguido obter quota de mercado ao seu concorrente, a Pepsi. Em paralelo, tem vindo a melhorar a sua oferta de bebidas sem gás (aumento de 2% nas vendas no segundo trimestre).
Além da sua boa rentabilidade operacional (em torno dos 25%), o grupo possui alguns trunfos para, pelo menos, manter ou até mesmo melhorar, em especial na América do Norte, através da redução de custos e do aumento dos preços. As previsões de lucro por ação para 2016 e 2017 mantêm-se inalteradas a 1,7 e 1,8 dólares respetivamente.