Começamos por referir que, sobretudo tratando-se de outra empresa que fornece componentes a uma fábrica da BMW, não dispomos de informação para responder a todas as dúvidas que a situação pode suscitar. Contudo podemos dar o nosso ponto de vista em relação à BMW.
O setor automóvel europeu não atravessa uma fase particularmente favorável, como temos salientado nas nossas análises. À estagnação da procura na Europa, juntam-se perturbações políticas (Brexit) e regulatórias (vários fabricantes sob suspeita de manipulação de emissões de gases poluentes). E levantam-se também incertezas quanto à procura nos mercados da China e Estados Unidos, até agora os mais dinâmicos.
Mas, apesar deste contexto desfavorável, a BMW está numa posição relativamente confortável. As receitas crescem, a renovação das suas gamas tradicionais está a ser bem executada, e a empresa continua a investir, particularmente em áreas de crescimento como sejam os veículos elétricos e os carros auto dirigidos.
Portanto, em nossa opinião, a situação da BMW como um todo é positiva (as suas ações têm aliás a nossa recomendação de compra, a única do setor). O que não significa que a atividade numa fábrica em particular não possa ser adversamente afetada por fatores específicos. A deslocalização da produção para geografias com menores custos, por exemplo, é sempre um risco. Contudo, não temos conhecimento de nenhuma informação oficial que aponte nesse sentido.
Em resumo, pensamos que o nosso leitor não tem de se preocupar com a saúde financeira da BMW. Os riscos que menciona serão mais de natureza local, como a mudança de fornecedores ou a descontinuação de modelos produzidos na fábrica em causa.
Quanto aos investidores, podem incluir a BMW numa carteira de ações diversificada.
Não recomendamos contudo ao nosso leitor que invista poupanças em ações da BMW pois no seu caso pessoal, em que o rendimento profissional depende em grande medida da BMW, investir no construtor bávaro seria concentrar ainda mais os riscos.