O CaixaBank subiu o preço da oferta para 1,134 euros por cada ação do BPI. A cotação já ajustou a esse valor e porque consideramos muito provável o sucesso da OPA, alteramos o conselho para vender.
Na sequência da eliminação dos direitos de voto do BPI aprovada na Assembleia Geral de acionistas de 21 de setembro, a oferta de compra do CaixaBank sobre o BPI passou a ser declarada obrigatória. Por isso, o banco espanhol foi obrigado a elevar o preço da oferta de 1,113 para 1,134 euros por ação. Assim, ficou cumprida a primeira condição para o êxito da OPA que era a eliminação dos direitos de voto.
A segunda condição é o CaixaBank obter a maioria do capital social e isso será muito fácil de alcançar visto o banco espanhol já deter 45,7% do BPI. Deste modo, a probabilidade de êxito da OPA é muitíssimo elevada. E a cotação já ajustou ao preço da oferta.
Por outro lado, são muitas as incógnitas ainda por decifrar sobre a estratégia que o CaixaBank quererá implementar no BPI. A começar pelo interesse numa futura aquisição do concorrente Novo Banco, já que o BPI continua no lote dos candidatos a possíveis compradores.
Por outro, o futuro algo incerto da participação do BPI no Banco de Fomento Angola que baixa de 50,1 para 48,1% com a venda de 2% à empresa Unitel que assim passará a deter o controlo societário do banco angolano. Por fim, após a OPA ao BPI haverá maior concentração acionista com impacto negativo no free-float do título.
Desde que recomendámos a compra em agosto do ano passado, que em março último alterámos para manter, o BPI valorizou 22,2%, superando largamente o índice do setor bancário europeu que nesse período perdeu 26,6% e o índice nacional PSI-20 que caiu 11,4%.