Após o fracasso na alienação das telecomunicações e as dificuldades económicas, o primeiro semestre mostra que o grupo está a recuperar bastante bem. Mas o jogo não está ganho.
Os dados do primeiro semestre tranquilizaram. O volume de negócios caiu 1% numa base comparável e o prejuízo por ação reduziu-se para 0,08 euros (perda de 0,12 euros há um ano), apesar de encargos de restruturação mais elevados. Devido ao peso do primeiro trimestre, onde a atividade da Colas (infraestruturas rodoviárias e similares) foi fraca, a perda não deverá ofuscar o potencial de lucro para o ano inteiro.
Esperamos lucros por ação de 1,2 e 1,4 euros em 2016 e 2017, respetivamente. Após o fracasso da aproximação da Altice e da Orange Telecom à atividade de telecomunicações da Bouygues, a administração confirma a vontade do grupo avançar sozinho.
Por um lado, não vai comprar outro operador, o que seria caro. Por outro, aproveitando alguma fraqueza do rival SFR, tem atraído novos clientes e prossegue a redução de custos. Assim, 2017 será novamente favorável.
Em França, as encomendas na construção estão em alta (+3%) e a Colas estabilizou após dois anos de crise das finanças públicas locais. Apesar dos fracos lucros nos media (TF1), a Bouygues teve um bom semestre. No entanto, é cedo para declarar vitória: a conjuntura económica é frágil e o setor das telecomunicações, que consome muito capital, permanece altamente competitivo.
Cotação à data da análise: 28,76 euros