O desempenho operacional nos primeiros seis meses foi abaixo do esperado mas a mais-valia da venda da concessionária Norscut puxou pelo resultado líquido e suporta expectativa de dividendo. Mantenha.
A Sonae Capital, holding controlada pela Efanor que opera nos setores do turismo (resorts) e hotéis, fitness, energia (cogeração) e refrigeração & AVAC (Aquecimento, Ventilação, Ar Condicionado), apresentou resultados semestrais abaixo das expectativas, nomeadamente em termos operacionais.
O volume de negócios (VN), apesar de ter crescido 2% face ao ano anterior, ficou aquém do esperado, com as receitas das áreas de resorts e de energia a caírem 19% e 25%, respetivamente. No segundo trimestre, destaque para a evolução positiva da área de hotelaria que mais do que duplicou o VN face ao primeiro trimestre, beneficiando da abertura de uma nova unidade hoteleira no Porto. Por sua vez, o EBITDA perdeu cerca de metade do valor no semestre, ficando nos 5,4 milhões de euros (ME), pois, em 2015, beneficiou de uma mais-valia de 6 ME na venda de um ativo imobiliário. Pela negativa, realce para as áreas de resorts e energia.
O lucro por ação foi de 0,037 euros (face a 0,001 euros no primeiro semestre de 2015 e 0,002 esperados) fortemente suportado pela contabilização da mais-valia da venda da concessionária Norscut (0,059 euros por ação).
Salientamos que de acordo com a política de dividendos da Sonae Capital (iniciada em 2015 com o pagamento de um dividendo líquido de 0,043 euros por ação), uma parte do encaixe financeiro conseguido com esta venda provavelmente será distribuída como dividendo no próximo ano.
Revimos as estimativas incorporando dois efeitos de sinal contrário: a mais-valia da Norscut (com impacto apenas em 2016) e um cenário operacional mais pessimista, com uma revisão em baixa das receitas e rentabilidade. Assim, esperamos um resultado por ação de 0,023 euros (0,004 euros antes) em 2016 e de -0,018 euros (0,007 euros) para 2017. Consideramos a cotação como correta, pode manter.