Construtora continua com plano de venda de ativos e consegue novos contratos
A Mota-Engil anunciou, como era esperado, a venda de ativos nas autoestradas. A construtora detém uma participação de 60% na Ascendi (os restantes 40% são detidos pelo Novo Banco), mas não foi esta participação que foi alienada. Em vez disso, a Ascendi vendeu ao grupo Ardian o grosso das concessões de autoestradas na Península Ibérica por um valor anunciado de 600 milhões de euros, a que podem acrescer até 53 milhões através de um mecanismo variável de preço. Não se conhecendo ainda todos os detalhes, a informação disponível sugere tratar-se de um negócio melhor do que o antecipado, até porque a Ascendi mantém ainda ativos no México, Brasil e Moçambique. Com o fecho deste negócio, a Mota-Engil assegurou a suas necessidades de liquidez de curto prazo.
A construtora havia já anunciado a obtenção de um volume significativo (correspondente a cerca de 10% da carteira de encomendas) de novos contratos, em África (nomeadamente em Angola e Moçambique, onde pode vir a beneficiar dos problemas que atravessa a rival Soares da Costa) e na América Latina, a atual grande aposta do grupo. Se conseguir melhorar as suas margens (ainda relativamente baixas) nesta geografia, a Mota-Engil irá melhorar consideravelmente a sua rentabilidade. É com expectativa que aguardamos os resultados semestrais, que devem ser apresentados a 30 de agosto. Para já, pode manter.
Cotação à data da análise: 1,80 euros