O reconhecimento de uma importante mais-valia na venda dos negócios portuários impulsionou o resultado líquido no 1º semestre. Mas as margens operacionais caíram.
O volume de negócios da Mota-Engil aumentou 5,4% face ao 1º trimestre de 2015, e o EBITDA aumentou 4,5%. Contudo, estas variações devem-se sobretudo à inclusão da EGF nas operações europeias e ao aumento do volume de negócios na América Latina que contudo tem margens baixas (margem EBITDA de 8% neste trimestre).
Do ponto de vista financeiro, as preocupações com a liquidez continuam a reduzir-se: com as vendas de ativos já realizadas e com linhas de crédito disponíveis no valor de 227 milhões de euros, a Mota-Engil tem assegurada uma liquidez efetiva de 675 milhões de euros, que cobre a maior parte dos 714 milhões de euros de dívida com prazo inferior a um ano. Esperamos que as receitas das vendas da Ascendi e da Indaqua ultrapassem os 200 milhões de euros.
Com a correção que sofreu desde o início do ano, a Mota-Engil está próxima de barata. Mas esperamos por provas que a empresa é capaz de aumentar de forma sustentada a sua rentabilidade, nomeadamente na América Latina de onde virão a maior parte das receitas futuras, antes de a considerar uma oportunidade de compra. Para 2016, esperamos um resultado líquido de 0,11 euros por ação (excluindo efeitos não-recorrentes; antes 0,10) e para 2017 mantemos a estimativa de 0,15.
Cotação à data da análise: 1,48 euros