Com a compra de Lampiris, a Total prossegue lentamente a sua diversificação, sem colocar em causa, para já, o peso do petróleo no grupo. A ação está demasiado valorizada para comprar.
A Total está em vias de comprar a belga Lampiris, terceiro fornecedor de eletricidade verde e gás para particulares. A empresa encontra-se também já ativa no mercado dos clientes profissionais. O valor da aquisição (150 a 200 milhões de euros) é fraco para a petrolífera francesa, pelo que não terá impacto imediato nas contas. Tendo em conta a concorrência, o mercado dos particulares também se afigura pouco rentável.
Esta operação permitirá à Total dar mais um passo no mercado da energia verde. O grupo é já acionista da SunPower (EUA, fabricante de painéis solares) e acaba de lançar uma oferta de compra ao fabricante francês de baterias Saft.
Consideramos o preço um pouco elevado, mas não em demasia. Até 2036, a Total estima possuir 20% dos seus ativos nas energias ditas verdes. Os dois investimentos na Saft e Lampiris não pesam muito, tendo em conta a escala do grupo: representam somente 4% dos investimentos de 2015 e 1% do valor bolsista do grupo. Porém, contam para 20% do dividendo esperado para 2016.
Num contexto menos favorável para o petróleo, este investimento não gera surpresa. O grupo prossegue o plano de redução dos investimentos no petróleo para gerar liquidez e assim continuar a remunerar os seus acionistas.