No 1º trimestre após alterar o seu nome para Navigator, a antiga Portucel registou grande dinamismo no negócio do papel que compensou a quebra registada nas vendas de energia.
Apesar do bom desempenho do papel (este foi o melhor 1º trimestre de sempre em volume de vendas de papel) o volume de negócio desceu 1,1% face ao 1º trimestre de 2015. Como já tínhamos referido, alterações tarifárias levaram a uma redução (estrutural) das vendas de energia.
A margem EBITDA subiu para 24,3% graças a várias medidas de redução de custos operacionais. A qualidade da gestão tem sido também visível na área financeira: após já ter conseguido importantes poupanças, anunciou novas operações de refinanciamento que, depois de concluídas, devem trazer o custo médio da dívida (maioritariamente em taxa fixa) para perto de 2%. Medidas que vão permitir importantes poupanças nos próximos anos. Assim, apesar do aumento da tributação, o resultado líquido cresceu 7%.
Revemos em alta as estimativas de lucro para 2016: 0,26 euros por ação (antes, 0,25). Para 2017 mantemos 0,27 euros. As qualidades da Navigator não estão em causa, e a empresa está próxima de barata, sobretudo tendo em conta o potencial futuro do negócio de tissue.
Mas mantêm-se as ameaças no horizonte: inversão do ciclo dos preços da pasta, consumo estagnado de papel e aumento das importações asiáticas na Europa (os preços vão descer já no 2º trimestre). Não compre ainda.