Apesar de as perdas terem baixado, os resultados refletem o mau momento dos grupos de media nacionais. Mas, o setor é muito cíclico e a queda da cotação é exagerada. O título está barato.
No primeiro trimestre, a Impresa, que é detentora da SIC e de vários jornais e revistas, anunciou uma queda de 13,3% dos prejuízos, para os -0,015 euros por ação. Este valor é inferior ao que esperávamos e reflete a fraca conjuntura do setor.
As receitas caíram 4,2% devido à queda na subscrição de canais (-12,4%), das receitas de circulação (-8,4%) e de publicidade (-1,6%). Como seria expectável, o segmento das publicações foi o mais afetado, com as receitas a descerem 9,2% face aos -2,7% da televisão. Assim, apesar de ter reduzido em 2,7% os custos operacionais, o EBITDA do grupo caiu 78%. A nível financeiro, os resultados melhoraram 35% graças à descida das taxas de juro e da dívida.
O setor de media é muito cíclico e atravessa atualmente um período difícil, até porque a mudança estrutural do papel para o digital pressiona as receitas das empresas tradicionais. Embora a Impresa também aposte nesta área, as receitas digitais ainda só representam 9% do total da divisão de publicações.
Apesar da conjuntura adversa, o grupo prevê uma melhoria dos resultados este ano e continuar a reduzir a dívida, o que nos parece alcançável. Em bolsa, o título caiu demasiado (-67% no último ano) e, apesar de termos reduzido as previsões de lucros por ação de 0,04 para 0,03 euros em 2016 e de 0,06 para 0,05 em 2017, a ação continua barata, apesar de ter um risco acima da média.
Cotação à data da análise: 0,269 euros