Estamos reticentes quanto à aquisição da Monsanto porque a Bayer sempre teve uma orientação mais farmacêutica. Apesar da forte descida da cotação, o conselho mantém-se.
A Bayer efetuou uma oferta de aquisição (não oficial) à americana Monsanto a 122 dólares por ação, com pagamento em dinheiro, financiado por dívida e por um aumento de capital.
Alguns acreditam que esta aproximação à Monsanto fará surgir um novo gigante no setor agroquímico, o que faz sentido de um ponto de vista estratégico e no contexto de consolidação do setor.
Além disso, as atividades dos dois grupos são complementares: a Monsanto está presente principalmente no negócio das sementes e a Bayer nos produtos fitossanitários. Deste modo estão previstas sinergias de 1,8 euros por ação (antes dos impostos).
Mas a operação será dispendiosa e sobretudo complicada para a Bayer que já investiu em 2014 na aquisição da divisão de automedicação da Merck. Acresce o facto de que a Monsanto, interessada em obter um preço mais elevado, recusou a oferta. E a operação é arriscada.
A Monsanto não está um bom momento devido à queda do preço dos cereais (procura fraca por sementes e fertilizantes) e à valorização do dólar. Existe ainda o receio de que a Bayer fique com a má reputação da Monsanto (culturas OGM, herbicida Roundup). Estimamos lucros por ação de 5,50 euros, para 2016, e 5,90 euros, para 2017 (excluindo as aquisições).