Fim de uma época: o diretor geral César Alierta anunciou a sua demissão. Mas a Telefónica, em forma tanto no plano operacional como financeiro, pode reconquistar os investidores.
Depois de 16 anos à frente do grupo, César Alierta, decidiu ceder o lugar e propor o seu número dois, Alvarez Pallete, para o suceder. A transmissão do poder era esperada pois a estratégia expansionista na Europa e América Latina não trouxe os resultados esperados, e deixou um endividamento elevado.
O grupo encontra-se, neste momento, em fase de desenvolvimento do digital (internet móvel, entre outros), um dos pilares de crescimento principais para os operadores de telecomunicações.
O crescimento parece, por fim, ter regressado: no segundo semestre de 2015, a Telefónica viu, pela primeira vez desde 2008, o seu volume de negócios crescer 3% em Espanha (26% da sua atividade). Na América Latina (54% da sua atividade), se a situação atual não é brilhante, as perspetivas a médio e longo prazo são favoráveis.
O grupo tornou-se também o número um na Alemanha desde a compra da E-Plus. Neste contexto mais favorável, o endividamento parece-nos gerível mesmo se a cisão da filial britânica O2, que espera luz verde por parte de Bruxelas, falhar.
Para 2016 a Telefónica estima um crescimento da faturação superior a 4% e uma estabilização da margem operacional. Estimamos um lucro por ação de 0,66 euros parar 2016 e de 0,73 euros para 2017.