Os resultados da NOS saíram como esperávamos, tendo sido bons a nível operacional e abrem boas perspetivas para o futuro. Porém, há alguns riscos no horizonte e a ação ainda está um pouco cara.
A NOS obteve lucros de 0,05 euros por ação no primeiro trimestre do ano, um valor que representa uma subida de 5% face a igual período de 2015. A estimular os resultados esteve o crescimento de 7,6% das receitas, com a maior penetração dos pacotes convergentes a permitir aumentar o número de subscritores e a receita média por cliente em 5,4%. Mas, a degradação dos resultados da Sport TV e sobretudo da ZAP, devido à má conjuntura económica angolana e à depreciação da sua moeda, e o aumento das amortizações, fruto do investimento em curso na modernização da rede, pesaram nos resultados.
Em Portugal, os ganhos de quota de mercado reforçam a posição da NOS num mercado muito competitivo e têm sido alcançados sem comprometer a rentabilidade. A empresa mantém uma boa estrutura financeira e beneficiou da redução do custo médio da dívida de 3,7 para 2,4%. Mas, nem tudo são rosas. Por um lado, a degradação da situação económica em Angola está a penalizar muito os resultados da ZAP (da qual a NOS detém 30%) e, por outro, o forte investimento feito pela NOS na compra de conteúdos desportivos levanta dúvidas quanto à sua rentabilização futura.
Por prudência, baixámos a previsão de lucros por ação de 0,23 para 0,21 euros em 2016 e de 0,29 para 0,26 em 2017.