Numa semana em que a banca europeia perdeu 2,7%, o BCP caiu 16,3%. Além da incerteza que paira no setor e em torno das negociações que ocorrem entre os maiores acionistas do seu concorrente BPI, os investidores em bolsa penalizaram mais o BCP pela proposta da administração que foi entretanto conhecida e que será apreciada e votada na próxima Assembleia Geral de acionistas que irá ocorrer em 21 de abril.
Esta proposta é para suprimir o direito dos acionistas na subscrição em aumentos de capital até o máximo de 20%. Não sendo esclarecidos os motivos exatos, os rumores apontam para uma possível entrada de acionista com entrada de dinheiro para permitir mais facilmente o reembolso antecipada dos 750 milhões de euros (ME) restantes que o banco ainda tem em dívida do empréstimo de 3 mil ME que o Estado lhe concedeu em 2012 e cujo juro é bastante elevado.
Além daquela proposta, a administração do BCP irá propor uma reverse stock split, (reagrupamento ou “fusão” de ações) que significa reduzir o número total de ações seguindo o rácio proposto de 1:193. Isso significa que o acionista irá ficar com uma nova ação por troca por cada lote de 193 ações antigas.
O valor total da empresa não se altera em nada e o mesmo se passa com o património total dos acionistas que também não se altera, apenas ficará divido por um menor número de títulos. Contudo, ainda não há data e estas propostas carecem de aprovação pelos acionistas. A ação está barata e recomendamos a compra desde que aceite o risco elevado.