A agência de notação Fitch reduziu de estável para negativa a perspetiva ligada à nota (AA-, sólida) de crédito do grupo. Nada de alarmante para os acionistas já que a empresa continua sólida.
A Total reduziu (um pouco) menos os investimentos do que os concorrentes para tentar lucrar com uma eventual subida do preço do petróleo em 2016-2017. O grupo, à semelhança dos seus maiores concorrentes, faz da manutenção do dividendo a prioridade máxima, não obstante a queda do petróleo e, consequentemente, dos resultados ( 26% no quarto trimestre).
Para preservar essa capacidade e assim defender a cotação (nos últimos 12 meses, a ação recuou 5,1% contra uma descida de 20,5% do setor), a Total acentuou o corte de custos e reduziu os investimentos: cerca de 19 mil milhões de dólares, em 2016, e 17 a 19 mil milhões, em 2017 (em 2015 foram de 23 mil milhões). São reduções importantes mas ao nível da Exxon (comprar), da Chevron (comprar) ou da BP (manter). Contrariamente aos concorrentes, a Total regista uma pequena subida da produção (+4% previsto para 2016) e dos lucros se, como prevê o grupo, o preço do petróleo voltar a subir.
Uma estratégia audaciosa no contexto atual, marcado por uma oferta excessiva do ouro negro. Se já detém, pode ainda manter este título em carteira, cujo rendimento do dividendo (6,1% bruto) é atrativo. Para 2016 e 2017 estimamos um lucro por ação de 2,5 e 2,65 euros (impacto da redução de custos).