Separar o trigo do joio
As empresas tecnológicas têm perspetivas de crescimento acima da média graças à inovação, mas o risco também é, muitas vezes, elevado. Além disso, o setor é composto por segmentos com padrões de crescimento e especificidades de mercado, por vezes, muito diferentes. Entre os principais subgrupos encontramos os semicondutores, software, serviços informáticos, equipamentos eletrónicos e Internet.
Na escolha das empresas a investir, um fator que não pode ser ignorado é o risco de rutura tecnológica: uma tecnologia específica, que constitui a vantagem de uma empresa, pode ser ultrapassada ao longo do tempo e, não tendo conseguido adaptar a sua oferta, as suas atividades e a cotação podem rapidamente perder valor (ex: Nokia, Kodak). Neste contexto, é melhor reduzir riscos adicionais.
A menos que pretenda especular, fique afastado dos títulos muito arriscados como as pequenas empresas que frequentemente estão pouco diversificadas. E tal pode traduzir-se em termos de uma tecnologia muito específica ou grande dependência de um único cliente ou fornecedor.
Também deve evitar empresas que não são rentáveis. No setor há inúmeras start-ups cuja valorização se baseia unicamente em promessas muito otimistas de lucros futuros.
Desconfie igualmente das modas e das tecnologias do futuro regularmente destacadas nos media (por exemplo, inteligência artificial, impressoras 3D, robôs, etc.). Estas empresas mais populares estão quase sempre sobrevalorizadas. Evite correr riscos excessivos e favoreça as empresas mais sólidas.
Ações de compra
Prefira ações de grupos financeiramente consolidados, bem estabelecidos nos respetivos mercados e que, no passado, já tenham comprovado a sua capacidade de se reinventar, de inovar e gerar lucros. Além disso, a maioria das ações que recomendamos também distribuem um dividendo generoso aos acionistas. As 9 eleitas são:
Applied Materials: o designer de equipamentos de ponta conseguiu, ao longo do tempo, tornar-se incontornável para os principais fabricantes mundiais de semicondutores.
Intel: o grupo está atualmente a ser penalizado pela queda nas vendas mundiais de computadores, o seu principal mercado. Contudo, está na vanguarda da tecnologia e o seu potencial de recuperação é elevado.
Texas Instruments: concentrou-se na conceção de chips com alto valor acrescentado e apresentou um nível de rentabilidade recorde. As perspetivas de crescimento são elevadas.
CA: especialista em software de otimização, o grupo está bem posicionado para tirar vantagem da crescente complexidade das infraestruturas informáticas (segurança, mobilidade, cloud, etc.).
IBM: o grupo enfrenta dificuldades em crescer, mas a desconfiança dos investidores é exagerada. A empresa dispõe de muitos pontos fortes para poder recuperar.
Novabase: é a principal empresa tecnológica nacional, dedicada sobretudo à consultoria informática. O seu foco na internacionalização tem-se revelado uma aposta ganha.
Cisco Systems: a empresa encetou uma profunda restruturação que trouxe os seus frutos. Mais razoável do que no passado em termos de expansão e aquisições, voltou a assentar num crescimento rentável.
Corning: especializado em ecrãs para televisores e computadores, o grupo está confiante para o futuro. A empresa prevê aumentar em mais de 10% os dividendos anualmente até 2019.
Ericsson: o gigante sueco está bem posicionado para beneficiar de aumento da procura global de infraestrutura de telecomunicações (disparo do tráfego de dados móveis).