Apesar da subida, o lucro da REN saiu um pouco abaixo do previsto. Porém, os principais trunfos do grupo, como a consistência dos resultados e o elevado dividendo, mantêm-se. A ação está barata.
A REN, que gere a rede de transporte e armazenamento de eletricidade e gás em Portugal, teve lucros de 0,22 euros por ação em 2015. Este valor representa uma subida de 3% face a 2014 mas é um pouco inferior ao que esperávamos, até porque sem fatores não recorrentes (mais-valia na venda da participação na Enagás e um crédito fiscal), o lucro caiu 16%.
Ao nível operacional, o grupo foi afetado por mudanças regulatórias, que indexaram a remuneração dos ativos às taxas de juro da dívida soberana. Logo, apesar da base de ativos regulados ter crescido 1,6%, o volume de negócios caiu 6% e o lucro baixou quase 8%. Ao invés, a queda das taxas de juro permitiu uma melhoria de 13% dos resultados financeiros, com o custo médio da dívida a recuar de 4,7 para 4,1%.
Face à excessiva dependência do mercado nacional, o grupo quer apostar na sua internacionalização, embora não a qualquer preço, o que reitera o perfil de baixo risco da REN mas também limita as oportunidades. A estabilidade dos resultados, a melhoria das condições de financiamento e a distribuição de um dividendo elevado (rendimento líquido superior a 4%) são trunfos importantes, sobretudo em contextos de maior volatilidade. Baixámos a previsão de lucros por ação de 0,22 para 0,21 euros em 2016 e de 0,23 para 0,22 euros em 2017.