A forte queda dos lucros em 2015 e a saída em breve do índice PSI-20 penalizaram muito a cotação da Impresa. Apesar de termos baixado as previsões, o título está barato e tem potencial a prazo.
A Impresa, que é detentora da SIC e de vários jornais e revistas, divulgou uma queda de 63,4% dos lucros em 2015, para os 0,024 euros por ação, um valor inferior ao que esperávamos.
Na base desta descida está a redução das receitas com concursos de participação telefónica, elevadas perdas cambiais e custos de restruturação sem os quais os lucros foram de 0,041 euros por ação.
Em termos operacionais, as receitas caíram 2,9%, afetadas também pela fraca conjuntura do setor, espelhada nas quedas das receitas publicitárias (-2,2%), sobretudo no quarto trimestre, e de circulação (-2,1%). O lucro operacional desceu 33%, afetado ainda por custos de restruturação.
Em termos financeiros, o resultado piorou 5,7% devido a fortes perdas cambiais mas a dívida líquida caiu 3%, o que acontece pelo sétimo ano seguido. Contudo, a dívida é elevada e a sua redução permanece uma prioridade.
O setor de media vive momentos difíceis, pelo que a Impresa vai manter a aposta na redução de custos. Baixámos as previsões de lucros por ação de 0,06 para 0,04 euros em 2016 e de 0,08 para 0,06 em 2017.
Em bolsa, para além da débil conjuntura setorial, a Impresa foi afetada pelo anúncio da sua saída do PSI-20 a 18 de março. Mas, esta quebra deverá ser conjuntural e o título, apesar de ter um risco elevado, está barato.