A queda dos lucros já era esperada mas reflete um clima setorial mais desafiante. Contudo, o grupo tem trunfos importantes, como uma boa diversificação geográfica e um dividendo elevado. A ação está barata.
A EDP, maior elétrica nacional, obteve lucros de 0,25 euros por ação em 2015, um valor apenas ligeiramente abaixo das nossas previsões e que representa uma descida de 12% face a 2014. Em causa, a degradação dos resultados financeiros (amortização antecipada de financiamentos mais caros, redução do valor de mercado da posição de 2,5% no BCP…) e a subida dos interesses minoritários.
Mas, a nível operacional, os resultados foram bons, com o lucro a subir 11%, graças a ganhos não recorrentes com a compra e venda de ativos e à melhoria dos desempenhos da EDP Renováveis e da EDP Brasil.
Apesar de ter como meta reduzir o elevado endividamento, este voltou a subir um pouco em 2015 (+2%). Mas, o facto de o BCE ter anunciado que comprará obrigações de empresas no mercado ajudará a baixar o custo de financiamento da EDP que, além disso, gera uma liquidez operacional elevada e irá diminuir os investimentos em 2016. Assim, pensamos que a EDP manterá a distribuição de um bom dividendo, que é um dos seus principais trunfos: o seu rendimento líquido supera os 4%.
Contudo, face a alguma pressão regulatória e fiscal, sobretudo em Portugal, baixámos as estimativas de lucros por ação de 0,26 para 0,24 euros em 2016 e de 0,27 para 0,26 euros em 2017.