À cotação atual, os investidores parecem estar a passar um cheque em branco à gestão da Danone sobre o seu objetivo de crescimento “forte, rentável e durável” a médio prazo. Ação está cara.
A Danone tenta tranquilizar os acionistas, com um crescimento da sua faturação em 2015 de 4,4% face ao período homólogo e uma melhoria da margem operacional de 0,32 p.p. para 12,91%, em linha com os seus objetivos. Porém, o crescimento esconde desequilíbrios.
Apesar de algumas melhorias no 4.º trimestre, os produtos frescos lácteos (quase 50% das vendas) cresceram timidamente (+0,6% graças ao aumento de preços). Adicionalmente, como contrapartida de volumes globalmente fracos (+0,9%), o grupo desenvolveu bastante os seus produtos, o que lhe permitiu aumentar os preços. O crescimento da faturação mantém-se, apesar de ser o mais fraco dos últimos seis anos.
Por fim, tendo em conta os custos de restruturação, regularmente recorrentes, a margem operacional baixou (-0,31%). Assim, num contexto de enfraquecimento dos mercados emergentes e de tensões deflacionistas na Europa, o grupo tem que se orientar para alcançar o seu objetivo de crescimento anual da sua atividade de, pelo menos, 5% até 2020. Caso contrário, consideramos que a Danone cometeu um erro ao não se concentrar nas atividades mais rentáveis.
Baixámos as nossas previsões de lucro por ação para 2016 e 2017 para 2,4 euros e 2,5 euros respetivamente (antes 2,7 e 3,1 euros).