A cotação do BPI valorizou 43,2% desde recomendámos a compra, em 27 de agosto de 2015. Na base desta subida, além de uma melhoria dos resultados, esteve a componente especulativa em torno de uma possível tomada de controlo por parte do seu maior acionista, o espanhol CaixaBank que já detém 44,1% do capital.
Devido a estes rumores, a ação esteve suspensa de negociação no dia 22, por decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a aguardar a divulgação de informação relevante. Esta chegou no final do dia, sendo que se resumiu apenas à confirmação de existirem negociações entre os dois maiores acionistas do BPI mas sem terem ainda chegado a acordo.
Contudo, é muito provável que o banco espanhol adquira a posição do segundo maior acionista, a empresária Isabel dos Santos que, através da sociedade Santoro Finance, detém 18,6% do BPI e à qual poderá ainda acrescer os 2,3% detidos pelo angolano Banco BIC.
Nesse caso, o CaixaBank deverá depois anunciar uma OPA sobre o BPI e pensamos que o valor da oferta não deverá exceder em muito o preço da OPA anunciada em fevereiro do ano passado e da qual veio depois a desistir em junho. Recordamos que essa oferta cifrava-se então em 1,329 euros por ação. A cotação atual encontra-se já em linha com esse preço e embora não seja de excluir a possibilidade da oferta poder superar aquele valor, também não podemos excluir totalmente a hipótese de não haver um acordo, o que seria negativo para o título.
Assim, e depois de uma subida da cotação de 25% no último mês, consideramos que o potencial de valorização da ação é agora menor, pelo que alteramos o nosso conselho de comprar para manter.