A ION tenta restaurar a confiança, o que não é fácil dada a volatilidade e o pessimismo reinantes. Tendo em conta a queda da cotação, pode conservar, mas apenas se aceitar o risco muito elevado.
2015 foi um péssimo ano e as perspetivas para 2016 não são melhores. Com o petróleo perto de 30 dólares, os produtores reduziram drasticamente a prospeção de reservas, o núcleo da atividade da ION Geophysical, que não consegue inverter a “hemorragia” da tesouraria e das margens. Os resultados de 2015 caíram no vermelho e não é percetível qualquer melhoria.
Foram tomadas medidas para tentar resistir neste período difícil (linha de crédito, redução de custos) mas o desafio é grande. O grupo conseguiu evitar a saída forçada da cotação na NYSE (cotação menor que 1 dólar), através de um reverse split: por cada 15 ações detidas, o acionista passa a deter uma com valor 15 vezes superior. O património do investidor não é alterado.
Estas medidas proporcionam algum alívio, mas só uma retoma das encomendas será uma solução a longo prazo. Enquanto isso, uma parceria (com investidores, clientes...) seria a melhor opção, mas é difícil fazer prognósticos.
A cotação atual reflete, a nosso ver, o cenário mais negro de uma falência, dada a dimensão da queda (-92% nos últimos 12 meses). O risco é portanto muito elevado, mas se detém em carteira pode manter.