Os resultados foram um pouco inferiores ao esperado e revimos em baixa as previsões. Contudo, o setor é muito cíclico e devido à forte queda da cotação, o título passou a estar barato.
A Impresa, que é detentora da SIC e de vários jornais e revistas, teve um lucro de 0,01 euros por ação nos primeiros nove meses de 2015. Este valor representa uma queda de 80% face a igual período de 2014 e é um pouco inferior ao que prevíamos.
Na base desta forte descida do lucro está sobretudo a queda de 5% do volume de negócios, originada pela forte diminuição das receitas de concursos com participação telefónica mas também das receitas de circulação (-2,9%) e publicitárias (-0,4%). Assim, apesar da redução de 1,8% dos custos, o lucro operacional recuou 33%. A nível financeiro, os resultados pioraram 14% devido a perdas cambiais significativas.
O setor de media é muito cíclico e a situação atual não é das mais positivas. O mercado publicitário deverá manter um crescimento fraco em 2016. Nas receitas de subscrição de canais, o grupo deve ser pressionado pela renegociação do contrato com a Altice, mas beneficiará do novo contrato de distribuição com a Vodafone.
Mas, apesar de termos baixado as previsões de lucros por ação para 0,06 e 0,08 euros em 2016 e 2017 (0,08 e 0,11 euros antes), face à forte queda da cotação e dado que uma subida das receitas se reflete de imediato nos resultados, passamos a aconselhar a compra para quem aceitar o elevado risco do título.
Cotação à data da análise: 0,47 euros