O negócio dos genéricos irá penalizar os resultados dos dois próximos anos, pelo que a AstraZeneca multiplica-se em alianças e aquisições. No entanto, consideramos que o mercado continua otimista.
A Astrazeneca continua enredada na trama da perda de patentes. Os concorrentes genéricos penalizam fortemente as vendas do seu medicamento antiulceroso, Nexium (-26% nos primeiros nove meses de 2015 excluindo os efeitos cambiais) e em 2016 irão prejudicar igualmente as vendas do medicamento para reduzir o colesterol, Crestor (-4%), que já foi afetado pela perda da patente do Lipitor (antiga glória do concorrente Pfizer).
Apesar de ter definido objetivos superiores para 2015, permanecem algumas dúvidas quanto à capacidade deste laboratório recuperar. É certo que a AstraZeneca, em 2015, estabeleceu mais parcerias (com a Celgene na área da hematologia e com a Innate em imuno-oncologia) e realizou mais aquisições (tratamentos respiratórios da Takeda, anticancerígenos da empresa de biotecnologia certa…).
O laboratório encontrou ainda grandes esperanças nos novos tratamentos em imuno-oncologia e acredita ser capaz de alcançar vendas de 45 mil milhões de dólares em 2023 (em 2014 atingiu 26 mil milhões de dólares). Um objetivo que talvez seja demasiado ambicioso, ainda que os resultados neste domínio sejam encorajadores. É sempre possível que ocorra algum revés com efeitos indesejáveis, à semelhança do que aconteceu com o desenvolvimento do Brodalumab (psoríase) que fez com que a Amgen deixasse de colaborar com a AstraZeneca. Estimamos um lucro por ação de 123 pence para 2015 e 139 pence para 2016.