Lisboa entre as melhores
2015 começou bem na bolsa nacional, com o índice PSI-20 a atingir um ganho acumulado máximo de 31,8% no dia 9 de abril. Porém, a partir daí a praça lisboeta perdeu fulgor e acabou por ganhar apenas 11,5% em 2015. Ainda assim, um dos melhores desempenhos entre as bolsas mundiais.Pela positiva, destaque sobretudo para duas empresas de menor dimensão, a Corticeira Amorim (+114,8%) e a Altri (+105,4%), que valorizaram ambas mais de 100% em 2015. Na origem destas subidas está a forte melhoria dos resultados, pois em ambos os casos, foram atingidos lucros recorde.
Nas empresas com maior peso no PSI-20, realce para a Jerónimo Martins (+46,8%), que seguiu a evolução positiva do setor, e para a NOS (+43,3%), que tem ganho quota no mercado de telecomunicações. Destaque ainda para a Galp (+36,4%) que contrariou a queda do setor.
Pela negativa, destaque sobretudo para os setores da construção e de media, que tiveram um desempenho muito negativo em 2015, devido ao fraco dinamismo da economia nacional. A Teixeira Duarte e a Mota-Engil perderam 47,4 e 24,3%, respetivamente, ao passo que a Impresa caiu 40,4%.
Bancos centrais e juros baixos estimulam bolsas
A maioria das bolsas, com exceção de Madrid (-5,8%), fechou 2015 em alta. Mas, houve mercados que fecharam positivos apenas devido à valorização das suas moedas face ao euro. Foram os casos de Londres e Zurique, que caíram 4,7 e 3,1%, respetivamente, em moeda local.As bolsas americanas também beneficiaram da valorização do dólar, com o S&P 500 a ganhar apenas 0,1% em moeda local mas a subir 10,5% em euros. O início do ciclo de subida das taxas de juro norte-americanas está na origem deste desempenho mais fraco. Pela positiva, realce para o setor tecnológico americano. O Nasdaq ganhou 17,7%, com a Alphabet A (+59,4%) e o Facebook (+48,6%) em forte alta.
Na Europa, apesar do fraco crescimento económico, o compromisso do Banco Central Europeu com a compra de ativos estimulou as bolsas do velho continente. O Stoxx Europe 600 ganhou 6,9%.
Preço das matérias-primas em queda
O abrandamento da economia chinesa e de outros países emergentes, que esteve na origem das acentuadas quedas bolsistas registadas em agosto e setembro, foi outro dos aspetos importantes do ano e que teve como principal consequência uma queda significativa do preço das matérias-primas.Daí que os setores do aço e ferro (-21,5%) e do petróleo e gás (-10,8%) tenham sido os que mais caíram em 2015, destacando-se as fortes quedas da ION Geophysical (-80%), da Encana (-58,5%) e da ArcelorMittal (-52,9%).
Além destes, apenas as empresas de serviços públicos (-5,6%) e a banca europeia (-1,5%) fecharam no vermelho.
Pela positiva, destaque para alguns setores mais defensivos, como a distribuição (+17,1%), bens de consumo (+16,8%), farmacêuticas (+15,3%) e alimentação e bebidas (+13%).
No setor automóvel, apesar do escândalo da Volkswagen VZ (-25,6%) ter penalizado bastante o título, o setor fechou positivo (+8,6%), estimulado pelos ganhos da Renault (+60,7%) e da Peugeot (+60,2%).
Bolsas | |||
Lisboa | +11,5% | Nasdaq | +17,7% |
Frankfurt | +9,4% | Nova Iorque | +10,5% |
Londres | +0,8% | Paris | +9,1% |
Madrid | -5,8% | Tóquio | +18,4% |
Milão | +12,9% | Zurique | +7,7% |
Ações nacionais | |||
Corticeira Amorim | +114,8% | Pharol | -66,7% |
Altri | +105,4% | Teixeira Duarte | -47,4% |
Sonae Capital | +96,2% | Impresa | -40,4% |
Sonaecom | +47,9% | Inapa | -27,3% |
Jerónimo Martins | +46,8% | Mota-Engil | -24,3% |
Ações estrangeiras | |||
Agfa-Geavert | +151,7% | ION Geophysical | -80,0% |
JinkoSolar | +65,2% | Encana | -58,5% |
Renault | +60,7% | ArcelorMittal | -52,9% |
Peugeot | +60,2% | E.ON | -35,1% |
Adidas | +60,2% | Telefônica Brasil | -32,3% |
Variação das cotações entre 31/12/14 e 27/12/15, em euros (ações incluem reinvestimento dos dividendos)
Maiores subidas/descidas dos títulos seguidos na PROTESTE INVESTE